Livro: A Hora da Serpente
Autor(a): Carol Façanha
Gênero: Monster Romance
Classificação: ⭐️⭐️⭐️⭐️ 4/5 Muito bom
Assim que virei a primeira página de A Hora da Serpente, fui fisgada. Não só pelo enredo afiado como uma presas venenosas, mas pela ambientação densa, onírica e deliciosamente perigosa da Corte Viperina. Carol Façanha mergulha fundo em um universo onde política, paixão e sobrevivência se entrelaçam como serpentes em ritual.
Cora, nossa protagonista humana, é forte sem ser imune ao medo, estrategista sem perder a sensibilidade. Foi impossível não me ver torcendo para que ela atravessasse viva a Lua de Fel, um ritual terrivelmente simbólico da violência contra as mulheres mascarada de tradição. Dominic, por outro lado, começou como um enigma — híbrido e parte do sistema que oprime, mas com rachaduras suficientes para deixar escapar algo mais... algo humano.
O que realmente me prendeu à narrativa foi o contraste entre Cora e Dominic: duas peças que jamais deveriam se encaixar, forjando uma aliança relutante para sobreviver aos jogos mortais do Supremo Eldris e seu fiel Amir. A tensão entre eles não era só sexual (apesar das cenas hot estarem lá, muito bem dosadas), mas moral, emocional, existencial. Eles eram inimigos por origem, e cúmplices por necessidade.
Pontos positivos: A escrita de Carol é quase poética. Ela sabe exatamente quando aprofundar uma metáfora ou descrever um gesto sutil que revela mais do que mil palavras. A construção do mundo híbrido, as simbologias das serpentes, os rituais, tudo foi meticulosamente pensado. E Cora... Ah, que protagonista! Não é uma donzela em perigo. Ela é o perigo.
Pontos negativos: Senti que o ritmo final foi um pouco apressado. A resolução do clímax, depois de tanto investimento emocional, merecia um pouco mais de fôlego. E algumas pontas ficaram soltas, como o mistério ao redor da Crisálida, que parecia prometer mais do que entregou.
Em resumo, A Hora da Serpente é um monster romance que vai além do gênero: é uma fantasia política, um manifesto sutil sobre liberdade feminina, e uma história de amor improvável entre opressores e oprimidos. Recomendo para quem ama romantasia com atmosfera gótica, toques sombrios e personagens que se enfrentam com dentes, veneno — e coração.
Minhas Citações Favoritas:
"Se é uma escolha, não é uma perda de liberdade. É apenas uma escolha com dois caminhos limitados."
"Se apaixonar por um homem em um mundo que odeia mulheres é uma tarefa perigosa, porque de muitos modos parece com se apaixonar pelo inimigo."
O que você acha? Já leu algo da autora? 😊
Lembre-se de que, como toda resenha, essa é apenas minha opinião pessoal. Cada leitor pode ter uma experiência diferente com o livro. 😉
Formato lido: E-book
Paginas: 246
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